segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Diletantes.

Diletantes, diletantes! – Assim os que exercem uma ciência ou uma arte por amor a ela, por alegria, per il loro diletto [pelo seu deleite], são chamados com despreza por aqueles que se consagram a tais coisas com vista ao que ganham, porque seu objeto dileto é o dinheiro que têm a receber. Esse desdém se baseia na sua convicção desprezível de que ninguém se dedicaria seriamente a um assunto se não fosse impelido pela necessidade, pela fome ou por uma avidez semelhante.

O público possui o mesmo espírito e, por conseguinte, a mesma opinião: daí provém seu respeito habitual pelas “é pessoas da área” e sua desconfiança em relação aos diletantes. Na verdade, para o diletante, ao contrário, o assunto é o fim, e para o homem da área como tal, apenas um meio. No entanto, só se dedicará a um assunto com toda a seriedade alguém que esteja envolvido de modo imediato e que se ocupe dele com amor, com amore. È sempre de tais pessoas, e não dos assalariados, que vêm as grandes descobertas.


Sobre a Erudição e os eruditos - n6 - Schopenhauer.

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